Para: Rui
Os seus olhos me engoliam, através de uma estrutura de pensamento que não raro alterava a minha realidade escandalosa de ser vento. Afinal, o que seria aquele navio atracado, se os mares de sempre revoltos, o esperava com a sua sede de embalos desconcertantes, mas sem a necessidade de assistir a agonia da esperança? Era a adversidade indispensável da felicidade, com o seu hálito de ontem, ungida pela dor que a tudo assiste e potencializa os esconderijos dos pontos de partida. Os seus olhos apenas me enxergavam, quando chovia e seria uma loucura sórdida mensurar essa partida inconsciente de dizer para o nada, que o absoluto que fere a alma já ultrapassou um cálice de vinho.
Esse instante, entre o olho e a coisa propriamente colidida, não reverbera espaço com essa assombrosa pontualidade de fuga do tempo, ele traz um horror elemental da coisa representada pelo estranho corpo das almas. É a compreensão que impede a linearidade de ver o que ele me olha, dizendo aquilo que quer dizer, me esmagando lentamente, até a dor de não morrer. Danço nessa incessante luz de seu olhar miserável de mim mesma, mendigo de minha alma que certamente, conversa tão silenciosamente que não chega aos ouvidos do acaso.Os seus olhos me engoliam, através de uma estrutura de pensamento que não raro alterava a minha realidade escandalosa de ser vento. Afinal, o que seria aquele navio atracado, se os mares de sempre revoltos, o esperava com a sua sede de embalos desconcertantes, mas sem a necessidade de assistir a agonia da esperança? Era a adversidade indispensável da felicidade, com o seu hálito de ontem, ungida pela dor que a tudo assiste e potencializa os esconderijos dos pontos de partida. Os seus olhos apenas me enxergavam, quando chovia e seria uma loucura sórdida mensurar essa partida inconsciente de dizer para o nada, que o absoluto que fere a alma já ultrapassou um cálice de vinho.
Todo esse olhar vai continuar brilhando apenas por um instante, ate eu me lançar à minha forma rítmica da ordem intacta de seus braços.
Marla Oliveira.
Amor é pouco para o senti amar...
ResponderExcluirAmor é quase sempre o muito do ontem, a percepção do hoje e a fantasia do amanhã...
ResponderExcluirO amor é traiçoeiro, trai a criança, disfarça a fantasia do amanha. Ingênuo de dor. Fica para sempre... amor.
ExcluirSabaz.
Perplexo! Há imbutido no texto um "mim" e um outro que já não sei se se trata de um eu q vê a si mesmo de dentro e um eu q vê a si mesmo de fora. Se se trata de um eu que vê a si mesmo de dentro e um eu que é outro que a vê de fora e esse eu do de dentro capta esse olhar do outro q a vê de fora. Se é tudo junto, se estou louco... Sei mesmo é q há poesia vertendo alguma lágrima de dor! Bjs e axé
ResponderExcluirLon